Nesta segunda-feira (28), o Senado Federal promoveu uma sessão especial em comemoração aos 65 anos de Brasília, celebrados no dia 21 de abril. A senadora Leila do Vôlei (PDT-DF) foi uma das proponentes da homenagem, que ressaltou a importância histórica e simbólica da capital federal e reforçou a necessidade de repensar políticas públicas para o futuro da cidade.
Leila destacou que Brasília foi criada para integrar o país e hoje representa a diversidade, a cultura e a esperança de milhões de brasileiros. Ela lembrou que a cidade nasceu do sonho de Juscelino Kubitschek, da visão de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, e da força dos candangos, que vieram de todo o país para erguer o novo centro político do Brasil.
Apesar da grandiosidade do projeto original, a senadora alertou que o modelo de cidade precisa ser atualizado: com mais de 3 milhões de habitantes, Brasília enfrenta problemas de mobilidade urbana, desigualdade no acesso a serviços públicos e desafios estruturais nas regiões administrativas.
“Brasília foi pensada para o futuro, mas esse futuro chegou e exige ação. O modelo viário, que um dia foi símbolo de modernidade, hoje precisa ser repensado para atender uma cidade que cresceu muito além do previsto. Precisamos de políticas públicas que garantam transporte eficiente, seguro, acessível e sustentável, principalmente para quem vive nas regiões administrativas”, avaliou a senadora

Leila do Vôlei também reforçou a importância de investimentos em educação, segurança, inovação tecnológica, sustentabilidade e inclusão social.
“Brasília, a cidade do futuro, precisa continuar sendo sinônimo de qualidade de vida. A capital de todos os brasileiros deve ser também um lugar de oportunidade para todos.”
Ela defendeu que o modelo viário de Brasília, antes símbolo de modernidade, hoje demanda reformas profundas para garantir um transporte público mais eficiente, seguro e acessível, especialmente para quem vive longe do Plano Piloto. A senadora também reforçou a importância de investimentos em educação, segurança, inovação, sustentabilidade e inclusão social, para que a cidade continue sendo uma referência de qualidade de vida e justiça social.
Justiça
Para o desembargador Roberval Casemiro Belinati, Brasília concentra os valores essenciais ao Estado Democrático de Direito ao testemunhar a atuação harmônica entre os Poderes, o pluralismo de ideias, a convivência respeitosa entre culturas diversas e a força de Justiça. Ele reforçou os votos de uma Justiça mais acessível e e eficiente para os brasilienses. Belinati é primeiro vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, instituição que nasceu com a criação de Brasília e foi inaugurada por Juscelino Kubitschek
— A tarefa maior do poder Judiciário é restabelecer ou estabelecer a paz nas famílias e a na sociedade. E o Poder Judiciário faz de tudo para que essa paz reine no nosso meio — declarou ele.
Esse tribunal já julgou 11 milhões de processos (desde 1960), possui 400 magistrados e 48 desembargadores. Atualmente, tem mais de um milhão de processos em andamento.
Georges Seigneur, procurador-geral do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, afirmou que o órgão tem sido um parceiro inseparável do desenvolvimento de Brasília, atuando na proteção da cidade e dos brasilienses, com o objetivo de torná-la cada vez mais justa e inclusiva.
— Seja na preservação do Cerrado, na luta contra a violência, na defesa da educação e da saúde e no combate à corrupção, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios estará presente trabalhando para que Brasília seja não apenas a capital do Brasil, mas também um exemplo de justiça social e de qualidade de vida.
Projeto desenvolvimentista
André Kubitschek, bisneto de Juscelino Kubitschek, declarou que o otimismo do seu bisavô contagiou, transformou e retirou o Brasil do subdesenvolvimento. “Quando falamos da era JK, estamos falando de um dos raros momentos da nossa história em que o país foi conduzido por planos e metas. Um conjunto de ações estruturantes que visavam interiorizar, unificar e desenvolver a nação. (…) Aos 65 anos, Brasília foi além da sua beleza arquitetônica, da sua estética singular reconhecida mundialmente, do seu traçado urbano único. Foi se transformando em uma força econômica e social.
Cosete Ramos, presidente da Aliança das Mulheres que Amam Brasília, resgatou a memória da mudança da capital federal do Rio de Janeiro para a futura Brasília, que era defendida por Juscelino Kubitschek. Filha do ex-deputado Ruy Ramos, que fazia parte do Bloco Mudancista, ela reconheceu a importância dessa frente parlamentar para a aprovação, no Congresso, do projeto da mudança da capital.
Também participaram da solenidade o ex-senador e empresário Paulo Octávio; a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Ana Carolina Medeiros; o presidente da Academia de Ciências Contábeis do Distrito Federal, Adriano Marrocos; o presidente do Instituto Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer; e o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal, Ricardo Reis Meira; entre outras autoridades.