Casa da Mulher Brasileira é inaugurada no Sol Nascente/Pôr do Sol

Com alta densidade populacional, carência de serviços públicos e crescimento constante nos índices de violência doméstica, o Sol Nascente/Pôr do Sol ganhou uma nova unidade da Casa da Mulher Brasileira. O espaço vai fortalecer a rede de proteção às mulheres vítimas de violência no Distrito Federal, que até a semana passada contava com apenas uma unidade em funcionamento no DF.

A nova Casa da Mulher vai oferecer acolhimento humanizado, atendimento psicológico, assistência jurídica, alojamento temporário e outros serviços essenciais para mulheres em situação de violência.

Em 2024, a região do Sol Nascente/Pôr do Sol registrou 612 ocorrências de violência doméstica, um aumento de 9% em relação ao ano anterior, segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF. A unidade também deve atender vítimas de Ceilândia e Samambaia, duas das regiões com mais casos de violência de gênero no DF.

A senadora Leila do Vôlei (PDT-DF), que destinou emendas parlamentares para viabilizar a construção da unidade, destacou a importância da articulação entre os governos e o investimento contínuo na proteção das mulheres.

“Uma política pública só sai do papel quando se tem uma ação conjunta. É obrigação do governo do DF e do governo federal investir não só na rede de proteção, como também na educação. Temos que cuidar das futuras gerações. Tudo isso passa, necessariamente, pela educação”, afirmou Leila.

A Casa da Mulher Brasileira reúne, em um único local, serviços integrados e especializados: delegacia da mulher, atendimento psicossocial, defensoria pública, juizado, Ministério Público, alojamento de passagem, central de transportes e programas de capacitação econômica para mulheres. O modelo busca evitar a revitimização e agilizar o acesso à rede de proteção.

“Há cinco anos, destinamos emendas para a construção de três Casas da Mulher Brasileira no DF, mas elas estão sendo inauguradas somente agora. Não dá para esperar tanto enquanto vidas estão em risco”, lamentou a senadora.

Na semana passada, foi inaugurada a unidade do Recanto das Emas. Em breve, será a vez de Sobradinho II inaugurar uma estrutura semelhante. Todas as unidades foram custeadas com parte da emenda de bancada indicada por Leila do Vôlei, em parceria com a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF).

🚨 Dados reforçam urgência na ampliação da rede de proteção

A nova unidade representa um passo essencial para descentralizar os atendimentos, antes concentrados apenas na Casa da Mulher de Ceilândia, e ampliar o acesso das vítimas a proteção e serviços especializados.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Ceilândia lidera o número de ocorrências no DF: foram 2.023 registros em 2024, o que representa quase 10% de todos os casos da capital federal. O Atlas da Violência 2025 revelou um dado alarmante: 3.903 mulheres foram assassinadas no Brasil em 2023 — uma média de quase 11 por dia. A maioria era negra e foi morta dentro da própria casa.

No Distrito Federal, o número de homicídios de mulheres também cresceu: foram 44 assassinatos em 2023, contra 35 no ano anterior — um aumento de 22,7%.