Senado aprova planejamento de carreira para atletas

A Comissão de Esporte do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26), o Projeto de Lei 4.439/2024, de autoria da senadora Leila do Vôlei (PDT-DF), que obriga clubes e organizações formadoras de atletas a oferecerem orientação sobre a limitação da carreira esportiva e o planejamento da transição para outras atividades profissionais. A proposta segue agora para análise da Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para votação em Plenário.

O texto altera a Lei Geral do Esporte e determina que atletas a partir dos 16 anos recebam cursos e programas educativos sobre:

  • A importância da formação educacional paralela à carreira esportiva;
  • A necessidade de planejamento financeiro desde cedo;
  • As alternativas profissionais após o fim da carreira no esporte;
  • Os impactos psicológicos da transição de carreira e formas de apoio emocional.

A senadora Leila, ex-atleta olímpica, destacou que mesmo atletas bem-sucedidos enfrentam desafios após a aposentadoria. “Até mesmo quem se torna uma estrela pode encerrar a carreira com despreparo e dificuldades financeiras. O atleta precisa acreditar que é possível conciliar o esporte com os estudos, se tiver o apoio necessário”, afirmou. Ela também reforçou a importância do envolvimento de clubes e entidades formadoras no processo de transição de carreira.

“A carreira de um atleta é curta, e os clubes e as entidades esportivas precisam assumir responsabilidade nessa transição. É fundamental que esses jovens saibam que é possível seguir estudando e se preparando para a vida além do esporte. Precisamos formar campeões dentro e fora das quadras”, destacou Leila

O relator da proposta, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), reforçou a importância da iniciativa. “A maioria dos atletas encerra a carreira muito jovem, e essa transição pode ser emocionalmente e financeiramente desafiadora. A consciência sobre a curta duração da vida esportiva é essencial”, disse.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), que também já foi atleta de futebol em formação, relatou sua experiência pessoal e apoiou a proposta. “Muitos jovens abandonam os estudos sonhando com o sucesso no esporte e, quando ele não vem, ficam sem alternativas”, declarou.

O projeto reforça o papel das organizações formadoras, como as categorias de base dos clubes, no desenvolvimento integral dos atletas, garantindo não só o preparo físico e técnico, mas também educacional e psicológico para o futuro.